"LUX MUNDI Sua Luz Pode Vencer as Trevas do Mundo"

Hidroelétricas Amazônicas

Muitos lutam contra novas usinas, mas não apresentam alternativa melhor.

Agora querem mobilizar a Igreja no combate contra projetos do Governo. A fala do bispo de Altamira contra o Belo Monte comove corações de pedra. Respeito o posicionamento de um irmão que mora no Xingu, mas não posso aceitar que adversários das hidroelétricas queiram envolver a Igreja nessa luta. Também sou igreja. Também sou bispo. Onde está escrito que todos os bispos devem ter a mesma opinião num assunto técnico e político tão polêmico?

Quando um bispo toma uma posição tão radical como Dom Erwin, a maioria silenciosa dos bispos não manifesta pontos de vista diferentes, para não contrariar um colega. Outros concordam com ele, mas sabem que não devem endossar seu ponto de vista como se fosse doutrina da Igreja.

A Bíblia não manda deixar a Amazônia eternamente deitada no berço esplêndido. Também não diz que as usinas hidroelétricas são a melhor solução para produzir a energia do futuro. Mas diz que Deus nos confiou o domínio sobre a terra e nos deu a capacidade de fazer a terra produzir. Não encontrei na Bíblia nenhuma proibição de usar os recursos naturais para o progresso.

Não nego que a construção de grandes usinas na floresta tenha efeitos colaterais negativos que os construtores devem levar em conta e compensar. Não se pode fazer omelete sem quebrar uns ovos. Moro longe daquela região privilegiada, mas sei que o Brasil precisa de mais energia.

Quais seriam as alternativas? Aumentar ainda mais o transporte de óleo Diesel para alimentar usinas termoelétricas na Amazônia? Queimar ainda mais florestas para usinas movidas a carvão? Usinas atômicas? Usinas eólicas na floresta? São boas para lugares descampados com bons ventos, mas não são alternativa, são complemento.

O futuro está na energia solar. Temos áreas improdutivas disponíveis para produzir energia limpa para muitos séculos. Áreas de represas podem ser aproveitadas também. Oferecendo, de quebra, sombra para peixes.

No campo da energia solar, o Brasil com tantas terras ociosas está muito atrasado e vai ser por muito tempo ainda o país do futuro. A razão do atraso está no tamanho dos juros. Projetos de energia solar exigem investimentos pesados com retorno financeiro demorado. Com juros acima de 5% ao ano não conseguem nem pagar os juros, muito menos devolver o capital investido.

Qualquer pesquisa histórica revela que os inimigos das barragens estão sempre nos mesmos setores da sociedade civil e da Igreja, apoiados por ONGs financiadas e comandadas do exterior. Eram contra a barragem de Sobradinho, contra as usinas no São Francisco, contra Itaipu, contra Tucurui. Agora são contra hidroelétricas na Amazônia. Não querem ver o lado bom do progresso.

O que seria do Nordeste hoje sem Sobradinho? Do Norte sem Tucurui? Do Brasil sem Itaipu? O que vai ser do Brasil sem novas usinas? Não pretendo que a CNBB assuma o meu ponto de vista, mas também não deve jogar o seu peso na luta contra as usinas que são a solução mais viável para saciar a fome de energia elétrica do país no futuro próximo.

Certas entidades já foram denunciar o Brasil na ONU por supostas violações de direitos humanos em projetos de barragens. Será que o Brasil não tem capacidade de resolver seus problemas sem interferências externas? Em nenhum lugar do mundo é possível esperar com a construção de uma grande barragem até que o último morador da área dê seu voto favorável. A criação de empregos vai melhorar a vida do povo da região e de outros que virão.

A oposição contra Belo Monte tem seu valor na medida em que contribui para evitar ou compensar efeitos negativos. É nociva na medida em que causa demora na realização de obras tão importantes para o país inteiro.

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